ELO

O Encontro da ABONG BA/SE aconteceu nos dias 05 e 06 de setembro, reunindo lideranças das (OSC) associadas para discutir questões cruciais relacionadas às mudanças climáticas e justiça ambiental.

A primeira mesa do evento contou com a mediação de Renato Cunha / GAMBA, abrindo o encontro com um panorama geral sobre os impactos das emergências climáticas na vida no campo e na cidade. Um tema de destaque na fala foi o impacto da indústria de energias renováveis, que estão em ampla expansão no país e são dadas como energias limpas, mas causam inúmeros danos ambientais e sociais nos territórios e comunidades onde são instaladas. Contextualizando também como as OSC ambientalistas atuam para disseminar alternativas possíveis e ações de resistência e incidência, prestando apoio também às comunidades, em sua maioria rurais.  Na sequência Joilson Santana / CAMA abordou o impacto do descarte inadequado de resíduos sólidos, dando destaque também para o racismo ambiental, aspecto importante quando falamos em mudanças climáticas, pois os problemas causados afetam de forma diferente a população periférica, em sua maioria negra, e as pessoas que moram em áreas  mais nobre.

 

 

 

 

 

Para fechar essa primeira mesa, Ruben Siqueira / CPT-BA apresentou um panorama sobre os conflitos em torno da disputa por água na região do oeste baiano, demonstrando, por meio de estudos e da cartografia social realizada pelos movimentos sociais, para evidenciar a expansão do agronegócio na região, com avanço do desmatamento e consequentemente a morte dos rios. Situação que vem se repetindo em diversas regiões do país.

 

Na parte da tarde, Edmundo Kroger / CECUP, apresentou os pontos de destaque da Recomendação do CONANDA com protocolos para atuação da rede de proteção da infância em situações de tragédias climáticas, como a que aconteceu recentemente no Rio Grande do Sul. O tema da proteção das crianças e adolescentes, suscitou na plenária, a atenção para o cuidado e proteção para outros grupos também vulneráveis como a pessoa com deficiência  e a comunidade LGBT, demandando ações semelhantes para responsabilizar o estado e outros órgão públicos para a defesa e proteção das pessoas que são mais afetadas pelos efeitos das mudanças climáticas.  Em seguida, Gabrielle Sodré / MAB, fez uma explanação sobre os impactos das barragens de mineração instaladas em diversos territórios e geram inúmeros transtornos sociais para as comunidades, muitas delas com ameaças constantes de rompimentos e outros desastres decorrentes da exploração desenfreada dos recursos minerais. Por fim, Adriana Ferreira / IRPAA compartilhou os avanços e desafios no campo da agroecologia, prática vital para enfrentar os agravamentos causados pelas mudanças climáticas, mas que ao mesmo tempo enfrenta desafios para ser mantida pelas comunidades, também tão pressionadas pelos impactos da expansão do agronegócio, como os conflitos e violências no campo e o uso abusivo de agrotóxicos que contaminam as produções agroecológica e até as orgânicas. 

       

À noite, promovemos uma Ação Pública para falar sobre a representatividade e participação das mulheres na política e o papel das OSC sobre o tema em tempos de eleições municipais. Mediado por Keila Simpson, Diretora da Abong e representante da ABGLT, o debate contou com a participação de Tifanny Conceição e Deborah Sabará. O evento também contou com boa participação das associadas e demais pessoas presentes.

 

            

Como pudemos ver, o primeiro dia do Encontro proporcionou discussões enriquecedoras sobre temas de grande relevância para as Organizações da Sociedade Civil que atuam na defesa e promoção de direitos humanos, além de trazer pertinentes provocações sobre os nossos desafios em tempos de eleições municipais e de fake news, considerando que as OSC têm um papel importante de ação ação e disseminação, pois atuam fortemente na defesa e promoção da justiça social, mas também atuam cada vez mais tanto na incidência pública, como na sensibilização da sociedade para estes temas.

 

No segundo dia de Encontro foi iniciado com poesia, com a participação de Ametista Nunes / GTNM, seguida pela partilha das boas práticas que as OSC desenvolvem em seus territórios. Separados em grupos temáticos, Direitos Humanos, Meio Ambiente e Direitos das Crianças e Adolescentes, as associadas compartilharam e sistematizaram uma série de ações desenvolvidas junto aos grupos e territórios onde atuam. Em seguida, Débora Nascimento, diretora da Abong e representante da Vida Brasil, e Danilo Feno, Assessor da Abong, trouxeram as ações da Abong Nacional e os desafios nesse ciclo que está sendo encerrado, com aproximação da Assembleia que acontecerá no início de 2025.

 

Para encerrar, Camila Veiga / ELO, do Conselho Diretor pela Abong BA/SE, coordenou o debate com propostas para seguimento das ações deste coletivo para os próximos anos, encaminhando para final de novembro, uma nova reunião virtual para discutir o tema da governança da Abong e os encaminhamento das propostas aqui apresentadas, em mais uma etapa de preparação da Assembleia da Abong.

 

Esta ação teve o apoio da Abong Nacional, que viabilizou a realização do Encontro, e também a parceria da CESE, que nos acolheu mais uma vez na sua charmosa casa, na rua da Graça, em Salvador.

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