Nos dias 7, 8 e 9, o ELO marcou presença no 13º Congresso GIFE, fortalecendo as discussões sobre o futuro da filantropia e do investimento social privado (ISP) no Brasil. O evento, que reuniu especialistas e interessados no tema, teve como eixo central o desafio de Desconcentrar Poder, Conhecimento e Riquezas.
Compartilhamos aqui alguns momentos importantes, como a mesa sobre reforma tributária onde destacou-se a urgência de um sistema fiscal mais justo e redistributivo, que reconheça e valorize o papel das organizações da sociedade civil, garantindo condições equitativas de acesso a recursos. Para o ELO, uma reforma tributária comprometida com a justiça social é essencial para o fortalecimento do campo social, assegurando que a filantropia atue como motor de transformação — e não como mecanismo de manutenção de privilégios.
Outro destaque do Congresso foi a discussão sobre os arranjos multiatores com governança colaborativa para o enfrentamento de desafios socioambientais complexos. Essa abordagem propõe uma nova lógica de atuação, baseada na distribuição de poder, na escuta ativa e na construção coletiva de soluções. As premissas, desafios e oportunidades dessa proposta foram debatidos como caminhos para alcançar resultados mais sistêmicos e duradouros — o que implica, inclusive, a disposição para abrir mão de protagonismos em prol de um bem comum real e compartilhado.
Para Candice Araújo, assessora do ELO, esses dois temas — justiça fiscal e governança colaborativa — estão profundamente conectados: “Não há ambiente colaborativo possível sem justiça fiscal, nem transformação sistêmica sem incluir os territórios e os sujeitos historicamente marginalizados na governança das soluções.” Ela também chamou atenção para a necessidade de repensar o papel do tripé formado por Estado, mercado e sociedade civil, destacando que esta última tem sido crescentemente cerceada em seu acesso a recursos para cumprir sua missão pública e social. “O potencial social e político do investimento social privado pode mudar o destino do Brasil. Mas é preciso encarar a ineficiência do Estado diante das desigualdades e reconhecer a urgência de mudanças estruturais. Viver é caminhar juntos — não deve ser uma competição.”
A participação do ELO no Congresso reafirma seu compromisso com uma filantropia antirracista, descentralizada, comprometida com os territórios e com a redistribuição real de poder.