Na manhã desta terça-feira, 10 de junho de 2025, representantes da sociedade civil participaram de uma reunião preparatória que antecedeu a Plenária ordinária do Conselho Nacional de Fomento e Colaboração (CONFOCO). Os trabalhos foram abertos com uma acolhida da Secretária Nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas da Secretaria-Geral da Presidência da República, Kenarik Boujikian, e da secretária executiva do CONFOCO, Aldiza Soares, que ressaltaram a importância do fortalecimento da participação social e do papel estratégico do conselho diante dos atuais desafios enfrentados pelas Organizações da Sociedade Civil (OSCs).
Foram retomados os principais pontos defendidos pelo Grupo de Trabalho (GT) da reforma tributária, grupo criado pelo CONFOCO, entre eles:
- Obrigatoriedade de conta específica para a gestão dos valores públicos;
- Transparência nas informações sobre os valores recebidos via emendas parlamentares;
- Limitação das modalidades de contratação;
- Vinculação federativa nas parcerias.
Outro tema central da reunião foi o aumento das ações judiciais contra as OSCs que executaram convênios anteriores à vigência da Lei nº 13.019/2014. O grupo reforçou que esses casos devem ser tratados de forma institucional e não individualizada. Será proposto debate em plenário para buscar soluções consensuais e propor alternativas que cessem a criminalização burocrática das OSCs.
As emendas parlamentares continuam como tema recorrente e foi deliberado garantir a inscrição de representante do conselho como expositor na audiência pública convocada pelo STF, marcada para o dia 27 de junho.
Um corte linear de qualquer natureza implicaria em perdas de receitas significativas para milhares de OSCs em todo o Brasil. É necessário compreender que essa perda impacta diretamente na redução de benefícios ofertados às famílias, especialmente as mais vulneráveis. Além disso, acarreta a fragilização das entidades e sua capacidade de atuação junto às comunidades, inclusive no papel que exercem na defesa da democracia. O efeito político resultante da aplicação de qualquer redução orçamentária nesse campo redundará inevitavelmente na desmobilização do setor e na perda de prestígio tanto das OSCs quanto dos próprios governos.
Dessa forma, as OSCs que integram o CONFOCO solicitam o apoio do ministro Márcio Macedo junto ao Fernando Haddad para garantir que, caso haja cortes nos gastos tributários, estes não atinjam — de nenhuma forma — as entidades sem fins lucrativos, reconhecendo seu papel fundamental na construção de um país mais justo, democrático e solidário.
Fotos: Clicia Roberta / ASCOM Plataforma MROSC