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ELO realiza sondagem da Política de Gênero adotada pelas OSC parceiras PPM no Brasil

Em outubro, o ELO apresentou a cerca de 30 representantes de Parceiras PPM o resultado da Sondagem, que foi realizada no primeiro semestre de 2021, da Política de Gênero adotada pelas OSC parceiras de PPM no Brasil.

O acolhimento foi realizado por Camila Veiga, Coordenadora Executiva do ELO e Martina Winkler, Coordenadora do Programa Brasil em PPM. Em seguida, Candice Araújo, assessora do ELO, partilhou os objetivos e as expectativas da Sondagem. “Há mais de duas décadas que PPM busca promover diversas iniciativas de incentivo à adoção de políticas de gênero pelas organizações parceiras no Brasil. Tal incentivo provocou às organizações a pautar a questão, tanto em suas práticas internas como nos projetos que desenvolvem junto a seu público. Entretanto, o crescimento de uma onda conservadora, potencializado pelo isolamento necessário ao enfrentamento da Covid-19, levou, dentre outras coisas, a um aumento da violência contra a mulher. A sondagem vem, então, como uma possibilidade de complementar, atualizar e sistematizar as informações a fim de nos ajudar na identificação das potencialidades e lacunas neste campo”, destacou Candice.

Isadora Salomão* e Rosa Beatriz Marinho** , responsáveis pela sondagem, começaram apresentando os eixos determinados e norteadores para a pesquisa: Perfil Institucional, Políticas da Organização e Mudanças na Organização. Vale citar que, atualmente, Pão Para o Mundo possui mais de 40 organizações apoiadas em diversos estados brasileiros. Destas, um universo de 24 OSC responderam o questionário da sondagem, que ficou disponível no período de 15 de março a 13 de abril deste ano.

Na oportunidade, foi possível perceber em quais espaços estão as mulheres nas OSC apoiadas por PPM. Na análise feita, o número de membros da estrutura organizacional das organizações foi separado por categorias e/ou escalas de poder, entre Membras/os associadas/os, da Diretoria, da Gestão Executiva e das equipes.

Entre os membros das equipes, por exemplo, 195 mulheres cis brancas, 92 são homens cis brancos, 175 mulheres cis não brancas, 88 homens cis não brancos, 03 mulheres trans e 01 homem trans, ambos não brancos.

Como podemos perceber no exemplo dado, a participação das mulheres é maior. Um ponto importante que precisa ser destacado também é que há um equilíbrio entre pessoas brancas e não brancas, e segundo reflexões feitas por Rosa e Isadora, isso se dá porque, nessa escala de poder, existe uma diversidade de tarefas, funções e atribuições. Com relação ao número de pessoas trans comparado ao de pessoas cis nas Organizações, o resultado permanece sendo um dado importante a ser observado e refletido.

Muitas outras análises também foram feitas na sondagem como: questões salariais, fortalezas e desafios enfrentados pelas OSC, como as organizações avaliam os resultados de suas políticas, considerando, claro, a temática de gênero, entre outras. O Relatório pode ser conferido AQUI!

Após a apresentação das pesquisadoras, foi aberto o debate para perguntas e considerações das pessoas presentes. Além disso, foi disponibilizado um link para que as parceiras pudessem sugerir quais seriam os próximos passos para que PPM continuasse apoiando esse tema junto às OSC.

O encontro foi encerrado com a contribuição de Tina Kleiber, Assessora Justiça de Gênero (PPM). Na opinião de Tina, “a Sondagem apresentada é um processo muito importante e um excelente início de um caminho mais longo”. Tina comentou brevemente sobre a política de gênero elaborada pela PPM e o desafio de que o documento não fique apenas em uma gaveta e sim que ela seja lida e praticada compartilhada pelas/os colegas em PPM. Ao final, Tina ainda apresentou algumas diretrizes que vem trabalhando junto às parcerias de PPM em diversos continentes, com as orientações gerais para quem quer enfrentar esse desafio de pensar a justiça de gênero nas organizações da sociedade civil, contribuindo assim para a reflexão e incentivando às parceiras a se debruçar sobre o tema em seus ambientes de trabalho.

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Isadora Salomão* (Mestra em Desenvolvimento e Gestão Social pela Escola de Administração da UFBA e atualmente é Relatora Nacional de Direitos Humanos da Plataforma DHESCA Brasil).

Rosa Beatriz Marinho** (Bacharel em Ciências Sociais pela FFCH/UFBA, especialista em Direitos Humanos pela Escola Superior do Ministério Público e Faculdade Dois de Julho e mestranda em Cultura, Identidade e Corporeidade, com projeto voltado a novas tecnologias e medicalização da prevenção ao HIV/AIDS – PPGCS/UFBA).

 

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